REFLEXÃO AOS 55 ANOS
1- Não procurar a liberdade.
Todos os objectivos e prazeres habituais da nossa geração já não me parecem ter tanta importância. As conquistas de liberdade, viagens, inteligência, seguidores, dinheiro, sexo, etc, parecem já não terem o mesmo valor quando os atingimos.
Indiscutivelmente, ficamos menos felizes, quando perdemos muitas coisas incríveis como relacionamentos, família, amigos, cultura, amor, respeito, etc, apesar de por vezes termos a sensação de que elas limitam a nossa liberdade.
2-Continuar com os compromissos.
É fácil deixarmo-nos apanhar na procura da fruta mais doce, através de mais dinheiro, mais viagens, mais sexo, mais experiências, mais contactos, e acreditamos que tudo isto irá levar-nos ao próximo nível de felicidade, mas na maioria dos casos a fruta é mais doce onde nós regamos a nossa arvore.
3-Não dê importância à fama.
Apesar de procurar o reconhecimento nas minhas realizações, pessoais e profissionais, e de sentir uma atracção de querer estar numa lista do tipo os "10 melhores de..." qualquer coisa, a verdade é que a maior parte destas listas são influenciadas por factores fora do objecto do seu verdadeiro reconhecimento.
Quero no entanto ter a minha consciência tranquila que fui útil, que sou útil e que serei útil com as minhas acções, e que essa marca ficará por muitos anos na memória de quem ganhou com o que aportei, mesmo que incognitamente.
4-Coloque a importância do dinheiro no seu devido lugar.
Se o dinheiro fosse o meu principal objectivo, a forma mais rápida seria entrar em investimentos puramente financeiros. Mas, viver somente do rendimento e passar a vida numa ilha a apanhar sol e a beber gin tónicos não me fará feliz, a não ser num curto período.
No entanto o dinheiro compra a capacidade de fazer mais das coisas que me motivam e o trabalho faz parte disso.
Eu trabalho porque me preocupo em dar mais à sociedade e às pessoas que gostam de trabalhar comigo, partilhando os meus desafios e em ter pessoas inteligentes ao meu redor que gostam de trabalhar comigo.
Naturalmente quero ter dinheiro para ter a minha qualidade de vida, mas muito dessa qualidade passa pela minha realização profissional e pessoal.
5-Evite a falsidade.
As rotinas podem ser falsas.
Escrever pode ser falso (como dizia Fernando Pessoa "Todo o Poeta é um Mentiroso").
Os projectos podem ser falsos.
E podemos fazer tudo na vida porque alguém nos aconselhou que deveríamos fazer ou porque realmente o desejamos.
Seja você mesmo.
Tente não copiar um modelo mas, se copiar, copie um bom modelo e acrescente uma mais valia sua, na cópia.
Seja você mesmo e dê o seu melhor, procure a excelência no que você mais deseja.
6- Tenha sonhos a longo prazo mas realize os de curto prazo.
Por vezes perguntamos "Onde estarei daqui a cinco ou a dez anos?".
Eu não tenho a minima ideia e não posso prever com precisão a essa distancia. Em vez disso programo geralmente as minhas acções mais concretas num prazo de 6 a 24 meses e tento manter as expectativas razoáveis enquanto trabalho nelas.
7-Não diga NÃO
Dizer "não" é um péssimo conselho.
Já acreditei muito que era importante saber dizer sim ou não, para não ficarmos na indecisão.
Ainda digo que prefiro errar do que ficar indeciso. Se errar posso de seguida corrigir o erro e avançar.
Mas agora quando a opção é "não", prefiro muitas vezes dizer "depois", "mais tarde", etc, isso permite-me amadurecer as minhas opções.
Eu tenho uma lista enorme de possíveis projectos para fazer um dia mas terei que escolher entre alguns deles quando tiver tempo.
Manter essa lista dinâmica é uma das coisas que me faz sentir feliz por estar vivo.
8-Leia no mínimo de 30 a 60 minutos por dia.
Neste momento estou a ler " Sapiens - Uma breve história da humanidade" de Yuval Noah Harari. Um resumo de onde viemos e como viemos para entender um pouco melhor o que somos e por onde poderemos ir. Recomendo a sua leitura.
9-Seja feliz. E tente fazer os outros felizes
Podemos ser pobres e sermos felizes, podemos ser ricos e ser felizes, podemos estar doentes e sermos felizes. Estar feliz faz valer a pena fazer o percurso.
10-Fale.
Falar é a melhor forma de entendermos os outros e nos fazermos entender. Sem falar não conseguimos garantir que entendemos as mensagens que nos chegam ou que os outros entenderam bem as mensagens que enviámos. Falar evita muitos mal entendidos, desperdício de tempo e energia.
CONCLUSÃO
As regras antigas estão a mudar vertiginosamente e ninguém sabe bem quais são as novas regras. Então, faça as suas próprias regras, siga e desenvolva o seu instinto.
As pessoas mais bem sucedidas habitualmente não o são por copiar os caminhos das outras pessoas ou seguindo uma fórmula específica, mas unindo as suas mais valias exclusivas como as habilidades, a paixão e o trabalho duro, com o caminho certo como as oportunidades, os projectos e as pessoas. Depois de encontrar esse caminho deve maximizá-lo e criar uma quantidade significativa de valor que somente VOCÊ poderá criar.
Joaquim Nogueira de Almeida
GOSTOU? então coloque um "gosto" e partilhe para os seus amigos
Tem uma história para partilhar? email EngenhoeArte@yahoo.com
ARTIGOS DO MESMO AUTOR:
Comments