FOTO DA MARINHA DOS EUA PELO ESPECIALISTA EM COMUNICAÇÃO DE MASSA 3ª CLASSE REBEKAH M. RINCKEY
O NOVO BARCO-ROBOT DA MARINHA AMERICANA NÃO É TRIPULADO, MAS ESTÁ EQUIPADO COM ARMAMENTO PESADO
A Marinha dos EUA aprendeu uma lição amarga em 2000, quando o USS Cole foi atacado em Aden Harbour pela Al Qaeda.
O Departamento de Defesa encara o drone aquático CUSV, como uma maneira de fornecer segurança ao porto, contra ataques terroristas.
O drone está equipado com uma pesada metralhadora, pronta a ser utilizada caso avisos verbais a potenciais ameaças não sejam suficientes.
Uma das missões mais importantes, mas geralmente negligenciadas, da Marinha dos EUA é a segurança portuária. Embora os incidentes, em tempos de paz, sejam geralmente raros, o ataque terrorista de 2000 ao USS Cole mostra que estes ataques continuam a ser um perigo real. Neste momento, a Marinha está em fase de testes do seu mais recente barco não tripulado, como forma de proteger os navios de guerra atracados, susceptíveis e vulneráveis a ataques terroristas.
Danos ao USS Cole após o ataque da Al Qaeda em Aden Harbour, Outubro de 2000
Em Outubro de 2000, o destruidor de mísseis guiados USS Cole, estava a reabastecer no porto de Aden, no Iêmen, quando foi atacado por terroristas da Al Qaeda. Um pequeno barco carregado de explosivos chegou ao USS Cole, com 10.000 toneladas e explodiu, matando 17 militares da Marinha dos EUA e ferindo outros 39. A explosão abriu um buraco no casco, estrago este que exigiu um investimento de 200 milhões de dólares para que fosse totalmente reparado.
Desde o ataque ao Cole, a Marinha começou a olhar de uma forma muito mais séria a segurança portuária. Assim, começaram a testar o Veículo de Superfície Não Tripulado Comum (CUSV) como uma sentinela autónoma e não tripulada, capaz de proteger os navios de grande envergadura de intrusos e possíveis ameaças. A Marinha está testar o CUSV na Base Naval de Norfolk, onde simulou patrulhas perto do destruidor de mísseis guiados Arleigh Burke e do porta-aviões John C. Stennis .
O CUSV é um barco pequeno e não tripulado desenvolvido pela Textron Systems. Tem 39 pés de comprimento e é capaz de alcançar velocidades de 35 nós. O barcorobot pode permanecer na água por mais de vinte horas, em mar agitado, enquanto reboca mais de 1800Kg. É capaz de ser controlado remotamente ou operar autonomamente por conta própria, necessitando apenas de um ser humano capaz de intervir para controlar o barco em situações de emergência.
O CUSV também é modular e pode ser adaptado a muitas funções diferentes. Para a função de segurança no porto, a Marinha adicionou cameras electro-ópticas, altifalantes e uma metralhadora de controle remoto de calibre 0.50. Enquanto o CUSV tem a capacidade de realizar muitas tarefas de forma autónoma, como patrulhar uma área geográfica definida mas a possibilidade de disparar torna-se apenas possível com a intervenção remota de um militar da Marinha.
Metralhadora do CUSV, juntamente com sensores electro-ópticos
De acordo com o Navy Times, o conceito de vigia com drones, foi testado na semana passada contra um intruso simulado. O CUSV, controlado remotamente pelos operadores, num contentor de carga, usando controladores de videojogos, não falhou na hora de interceptar a ameaça simulada. O barco-drone interceptou o outro barco, ordenou que se afastasse via altifalantes, simulando também abertura de fogo, tornando a sua intervenção o mais persuasiva possível.
No futuro, a maioria das fragatas da Marinha dos EUA, contarão com a presença de uma nova companhia, o CUSV, quem sabe configurando-o, trocando equipamentos de forma a realizar diferentes missões. O CUSV permitirá que os conhecidos US Navy fiquem fora de perigo, além de poupar tripulantes do difícil trabalho de manobrar um barco semelhante por horas a fio e em más condições climatéricas.
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