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Foto do escritorJoaquim Nogueira de Almeida

CIDADE MAIS “SMART” NOS TRANSPORTES - SMARTCITY

Atualizado: 4 de dez. de 2020


À NECESSIDADE CRESCENTE DE DESLOCAÇÕES DE QUALIDADE NAS CIDADES, TEREMOS DE AGORA DE MELHORAR A NECESSIDADE DE DISTANCIAMENTO SOCIAL PARA EVITAR CONTÁGIOS EM MASSA. TEMOS TAMBÉM DE TER SOLUÇÕES DE TRANSPORTES MENOS POLUENTES E DE TRANSPORTES INDIVIDUAIS PARA PODERMOS ANDAR EM CIDADES CADA VEZ MAIS FECHADAS AOS AUTOMÓVEIS.

As cidades deparam-se presentemente com um novo desafio para a sua evolução enquanto motores de crescimento económico e social.

O crescimento exponencial verificado na última década relativamente ao fluxo e velocidade nas comunicações tal como na partilha de informação, não é seguido na mesma proporção pelos transportes de pessoas e de bens. Estas infraestruturas físicas têm uma dinâmica muito mais lenta, precisam de mais tempo na sua construção ou adaptação, são muito mais dispendiosas e a sua construção têm implicações muito maiores no incomodo que provocam na vida dos cidadãos Por tudo isto, o planeamento e a visão do que deve ser a evolução em matéria de transportes tem de ter obrigatoriamente uma abordagem mais cuidada e consensual, não esquecendo o factor para poluição para a qual deverá ser pensada e encontrada a solução para a sua resolução, uma vez que este problema é em grande parte derivada dos transportes movidos a motores de combustão.


Um sistema de transporte terrestre eficiente é essencial para o processo de abastecimento da cidade. A eficiência através de caminhos inteligentes é imprescindível para bombear o fluxo de vida necessário à economia e conforto da cidade. Este caminho, ou caminhos deverão ser bem estruturados e decididos no âmbito dos transportes de grande velocidade e fluxo. Esta solução, dada habitualmente ao “Metro”, deverá ser repensada com soluções em superfície que são muito menos dispendiosas e de maior adaptabilidade ao crescimento. A solução do “Eléctrico” ou de “Autocarros elétricos” poderá ser a solução de maior facilidade no que respeita à implementação e à flexibilidade. Também os “corredores” prioritários para estes transportes devem ser concebidos como uma prioridade inquestionável de circulação rápida e independente, em vez de serem pensados como uma protecção provocada pela circulação automóvel normal.


Os veículos elétricos estão a aumentar em todo o mundo a um ritmo acelerado, devido às políticas de descarbonização e os apoios governamentais que têm reflexo na redução do valor de aquisição. No entanto, os caminhos actuais, com ênfase para os veículos de uso pessoal e estratégias não integradas para a implantação de estações de carregamento, podem limitar os benefícios que seriam obtidos pela electrificação do transporte.

Ao antecipar a transformação dos sistemas de mobilidade e energia, uma reflexão mais abrangente terá de ser equacionada a fim de atender as metas climáticas, optimizar os investimentos, permitir a inovação de serviços e de infraestruturas, aumentando a produtividade e o crescimento económico.


O sector da mobilidade tem que estar na vanguarda da transformação dos padrões dos transportes, desenvolvendo novos modelos de negócios baseados nos serviços e nos modelos compartilhados, em prol do uso pessoal de veículos.

O aumento da consciência dos problemas de mobilidade também tem levado as cidades a criar novos “corredores”, desta vez para incentivar a utilização de “pequenos” veículos, muitos deles elétricos, como as bicicletas, segways, trotinetes, na deslocação individual das pessoas. Este transporte unipessoal, de baixo custo, de poluição mínima ou reduzida, aumenta não só o numero de opções de conexão dos corredores principais ao destino como, alivia muito a ocupação desnecessária pelos automóveis, com impactos importantes na qualidade ambiental, sonora e na redução de custos financeiros.

As soluções de partilha nos carros e nos outros meios de transporte individual, vêm neste momento juntar-se à partilha histórica dos transportes públicos, tornando a partilha como a palavra chave na solução “smart” nos transportes. Esta é uma forma inteligente de poupança de recursos da sociedade, reduzindo os custos ao nível do equipamento bem como do consumo de energia e consequentemente na produção de poluição. As novas soluções de partilha são muito potenciadas pela coordenação digital que a evolução das comunicações e das aplicações informáticas têm permitido.




Os planeadores urbanos neste momento têm de incorporar o conhecimento da alimentação de energia eléctrica, nomeadamente na sua localização e forma de carregamento eléctrico destes meios de transporte, mas tendo em consideração o potencial impacto no design urbano.

A partilha desta evolução entre os sectores publico e privado, a partilha das soluções técnicas na implementação de infraestruturas flexíveis e de serviços abertos, deve permitir uma utilização sem descontinuidades na deslocação dos cidadãos.


Em conclusão, uma cidade MAIS “Smart” nos transportes precisa de MAIS Partilha, MAIS Energia Eléctrica, MAIS Comunicação, MAIS Informática, em suma, de ENGENHARIA.


NOTA 1:

O Instituto Nacional de Estatística (INE), publicou em 2 julho 2018, o primeiro estudo sobre a Mobilidade nas Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto. Do seu site na internet obtemos que de acordo com os resultados provisórios do Inquérito à Mobilidade nas Áreas Metropolitanas do Porto (AMP) e de Lisboa (AML), realizado pelo INE em 2017, verifica-se que:

• A população móvel representou, face ao total da população residente, 78,9% na AMP e 80,4% na AML;

• O número médio de deslocações/dia por pessoa móvel situou-se em 2,72 na AMP e 2,60 na AML;

• As deslocações efectuadas pelos residentes da AMP e AML duraram em média 21,8 minutos e 24,3 minutos, respectivamente;

• Deslocações intramunicipais representaram 71,0% na AMP e 65,4% na AML no total de deslocações com origem e destino na respectiva área metropolitana;

• O principal motivo das deslocações foi o trabalho (30,3% do total na AMP e 30,8% na AML);

• O automóvel foi o principal meio de transporte nas deslocações realizadas pelos residentes nas áreas metropolitanas, de forma mais marcante na AMP (67,6% das deslocações) do que na AML (58,9%), considerando todos os dias da semana em geral.

Relevo ainda da análise dos quadros de detalhe a seguinte informação sobre as razões declaradas para a utilização do transporte individual.


Razões - TI _______________________AM Lisboa ___AM Porto

Rapidez _________________________62,5% ______58,4%

Conforto/comodidade ______________50,4% ______49,8%

Rede de transportes públicos

sem ligação direta ao destino_________30,3% ______35,2%

Serviços de transporte público sem

a frequência ou fiabilidade necessárias _24,8% ______34,7%

Ausência de alternativa _____________23,0% ______27,2%

Razões profissionais/de trabalho ______16,8% ______18,0%

Preço/custo ______________________13,9% ______10,6%

Privacidade ______________________13,0% ______10,6%

Facilidade de estacionamento ________12,8% ______9,5%

Dificuldade de mobilidade nos

transportes públicos ________________10,2% ______8,6%

NOTA 2: 

No campo dos pequenos veículos pessoais como bicicletas, segways, etc, pessoalmente acredito que a solução das trotinetes eléctricas seja neste momento a solução que melhor se adapta às deslocações unipessoais no interior da cidade e na ligação com outros meios de transportes de maior fluxo. É uma solução que permite a deslocação sem esforço físico, fácil de manobrar, pouco dispendiosa, de transporte manual à semelhança de uma bolsa, com uma autonomia (+/- 20 Km) e velocidade (até +/- 20Km/h) bem adaptada às deslocações urbanas (de fato, de saia, etc) e que pode igualmente ser partilhada. Haja marketing para a sua utilização e anular o preconceito de ser uma solução de brincadeira.


Joaquim Nogueira de Almeida


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