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  • Foto do escritorJoaquim Nogueira de Almeida

CONSTRUÇÃO CIVIL, SHUTDOWN AND REBOOT (PARTE1)

Atualizado: 18 de dez. de 2020


QUANDO PRETENDEMOS REFORMULAR A CONSTRUÇÃO, TEMOS DE AGIR, ENCONTRAR NOVOS CAMINHOS, MUITAS VEZES COMEÇAR DO ZERO PARA ELIMINARMOS DE VEZ COM PATOLOGIAS PERSISTENTES DE VELHOS HÁBITOS QUE IMPORTAM ACABAR.

O QUE FAREMOS NA ICC NOS ANOS 20-30?


O sector de construção é ainda a chave para a economia em Portugal.

Foi um dos sectores mais resilientes durante a Pandemia e foi o sector que mais teve de se transformar na época da Troika.

Mantém mais de 300.000 de empregos em Portugal e um numero indefinido mas que estimo de 50.000 no estrangeiro.

Somos reconhecidos como um país de mão de obra qualificada na construção, especialmente ao nível de pedreiros, cofradores, armadores de ferro e encarregados, e menos, infelizmente de directores de obra e de empresas de construção. Contudo a nossa capacidade de adaptação e qualidade de trabalho poderá continuar a ter um reconhecimento mundial, se internamente soubermos reorganizarmos e evoluirmos para o patamar superior.


Temos de continuar a nos empenhar por uma ICC (Industria de Construção Civil) de classe mundial, melhorando a produtividade na construção, com segurança e proporcionando empregos qualificados em todo o país, para nivelar a economia e alcançar a nossa sustentabilidade nesta matéria.


Essa visão só será alcançada trabalhando em conjunto e estabelecendo requisitos claros para reformar o sector. A liderança governamental é fundamental e precisamos de alinhar os nossos esforços para garantir que as ações sejam consistentes e robustas.


Uma nova proposta de contratação publica foi recentemente vetada pelo Presidente da Republica, mas onde estamos ao nível da contratação publica actualmente? Uma lei que tanta implicação tem na contratação da ICC e nos dispêndio de recursos que são de todos nós?


Irei abordar nesta série de artigos, algumas partes da minha visão sobre um possível futuro para a ICC, resultado da experiência que obtive em mais de 30 anos de obras, 25 anos de projectos, em Portugal e no estrangeiro, e em muita aprendizagem das melhores práticas que se fazem em países de referência nesta área como a França, Inglaterra, EUA e Alemanha.


Vou tentar dentro das minhas limitações de tempo e de acesso a informação credível sobre a ICC em Portugal e no estrangeiro, reunir experiências e as melhores práticas nos sectores públicos e privados.


Temos ainda muita infraestrutura a construir e muitos níveis de melhorias e actualizações nas construções existentes. E devemos ter a ambição de transformar na próxima década, 2020-2030, Portugal num país mais eficiente, mais sustentável, mais autonomo e mais verde.


Os edifícios fazem uma grande diferença na vida dos cidadãos, não só são a nossa casa, mas também são onde trabalhamos, onde aprendemos, onde nos divertimos e onde nos tratamos. A forma de como estes edifícios influenciam a nossa vida e o nosso conforto, significa que é muito importante de como eles são projectados, construídos, postos em utilização, explorados e mantidos. E o mesmo pode ser dito sobre as infraestruturas que permitem termos melhores vias de transporte, de acesso a água e tratamento de resíduos, de comunicações mais rápidas e fiáveis, etc.


Muitas empresas desapareceram por falta de uma estratégia de investimento justo e de longo prazo. Se as empresas da ICC não tiverem viabilidade, não irão continuar a existir e isso além de ser uma perda directa para o país é também uma perda indirecta com a depois necessária contratação de empresas estrangeiras para fazer face às necessidades.


Nesta série de artigos irei fazer uma abordagem para a aquisição e entrega de projetos e programas de construção, que deverá ser mais transparente, colaborativa, envolver toda a cadeia de abastecimento, incentivar o investimento em inovação e competências, e apoiar uma indústria mais sustentável, resiliente e lucrativa, capaz de fornecer activos construídos com maior qualidade, mais seguros e com melhor desempenho para seus clientes e utilizadores.


Vou também abordar onde na ICC podemos utilizar tecnologias de produção digital, novas técnicas e velhas técnicas melhoradas, para aumentar a capacidade da indústria e acelerar a entrega final do produto construído. Também o objetivo de termos uma ICC melhor e mais justa, com parcerias mais fortes e abertas entre a ICC, as universidades e centros de formação, e os seus clientes e utilizadores, que somos todos nós, a sociedade em geral. Menos disputas e termos contratuais mais equitativos, que garantam o pagamento rápido e justo e uma imputação equilibrada de risco, onde estes são geridos pela organização mais bem posicionada para o fazer.

Por fim, como ajudar a garantir que o investimento em projetos de construção crie o maior valor econômico, social e ambiental possível.


O Estado tem sido um dos maiores clientes da construção, o que significa que uma mudança radical na forma como ele contrata a ICC é fundamental para disseminar as melhores práticas em todo o sector e na cadeia de abastecimento. Ao promover métodos modernos de construção e garantir uma correcta contratação publica o Estado estaria a dar também ao sector privado uma orientação e a confiança para continuar a investir em soluções inovadoras e a redobrar os seus esforços para entregar construção de valor à sociedade.


Este é o meu primeiro passo nesta matéria mas conto com a colaboração de todos os leitores da ICC (e não só) e os muitos colegas que tentam encontrar soluções para a difícil sobrevivência deste sector, para encontrar melhores caminhos.

Portugal construiu nos últimos 30 anos um país que estava na cauda da Europa, importa agora não voltarmos para esse lugar por falta de visão, organização e bom senso.


Procuro contribuições, sugestões, criticas, testemunhos sobre o que está bem e o que está mal . Não hesite em contactar-me pelo email Joaquim.N.Almeida@gmail.com.


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Joaquim Nogueira de Almeida


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